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S.T.Azevedo

É difícil confiar em estranhos


O Homo Sapiens dominou o mundo a partir da revolução cognitiva. Superou seus irmãos, que desapareceram no curso da história. Seus primos hoje vivem em reservas florestais ou em zoológicos. Sua história maravilhosa transcende as leis biológicas. Ela é escrita com base na criação de mitos e no convencimento sobre verdades abstratas, que vão sendo substituídas por outras em velocidade espantosa se comparadas com a evolução genética.

Mas, se o conjunto é determinante no sucesso indiscutível da espécie, quando observamos o indivíduo ainda vemos comportamentos que nos embaraçam. Este tema é abordado por Yuval Noah Harari, em "Sapiens".


Lembro-me de Saramago fazendo uma observação semelhante, partindo do geral para chegar ao particular, ao comentar das maravilhas que observamos de longe, mas que quando chegamos mais perto o que vemos pode ser bem desagradável.

Nestes últimos dias passamos a conhecer um pouco da individualidade de uma menina de 10 anos de idade que foi submetida a continuados abusos pelo tio. Sua história, agora submetida à opinião pública, gera perplexidade e indignação. E, por incrível que pareça, provoca reações inconcebíveis.

Evoluímos como espécie, e um dos pilares desta evolução é a capacidade de convivermos em sociedade, acreditarmos em determinados valores e confiarmos em estranhos. Trabalhamos e fazemos negócios com quem não conhecemos, apoiados por abstrações que permitem que esta mágica aconteça. A vida em sociedade nos protege.


A história triste dessa menina, entretanto, mostra a perversidade que pode existir no trato com indivíduos no seio da família.

E não se trata de uma inversão de valores. É o Homo Sapiens de inegáveis conquistas que ainda carece de muita evolução. 


Antes de encerrar, um pouco da música do genial George Harrison nas vozes de Sheryl Crow e Brandi Carlile (Beware Of Darkness): https://youtu.be/E-0B4jm3kD8

S.T.Azevedo

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