Está na moda falar da pátria a plenos pulmões. Como estamos no pós-modernismo, vale a liberdade de expressão e o sentido de urgência, representado nos textos rápidos, curtos e descuidados. Alguma coisa, entretanto, não me parece bem.
Foi o país que mudou, ou foram os poetas?
Com a palavra, Olavo Bilac.
S.T.Azevedo
A Pátria
Olavo Bilac
1904
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha…
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás pais nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
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