Meu amigo Joaquim, sempre muito cuidadoso e atencioso com os amigos, comprava pipocas no centro do Recife para consumo no trabalho, acompanhando um cafezinho. Esse hábito foi abalado quando, certa vez, ele observou que as datas de fabricação eram futuras, sinal inconteste da atenção dos fabricantes em não vender produtos além do prazo de validade. Esse deve ter sido um dos fatores que o levaram a deixar a vida no Recife por Vancouver, no Canadá.
Agora os meios de comunicação nos informam que o governo está prorrogando o prazo de validade de kits de teste para COVID 19, que ficaram encalhados por falta de uso durante a pandemia. https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-12/anvisa-estende-prazo-de-validade-de-testes-de-covid-19 Para não dizerem que estou sendo tendencioso, faço a ressalva que, antes da prorrogação do prazo da validade, alguns kits dos lotes foram analisados para que não houvesse riscos. Um alívio.
Os ingleses usam uma solução elegante, ao menos em relação aos alimentos. Além do nosso rígido “válido até”, que lá é "use by", eles também utilizam o flexível “best before”, ou seja, “melhor consumir antes de”. Esclareça-se que esta classificação é em relação à qualidade do produto, e não em relação à segurança para consumo. https://www.food.gov.uk/safety-hygiene/best-before-and-use-by-dates# A Nova Zelândia também aborda o tema de forma semelhante a dos ingleses. A imagem que ilustra esta crônica é de lá. https://lovefoodhatewaste.co.nz/reduce-your-waste/reduce-your-wasteunderstand-use-by-and-best-before-dates/ Não tenho notícia, entretanto, se ingleses e neozelandeses adotam a prática da prorrogação. Quem sabe eles não aprenderiam alguma coisa com a gente? S.T.Azevedo
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