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S.T.Azevedo

Pedras, padres, marretadas


É fato que há pessoas, no mundo, que não tem onde morar.


O censo de 2019 da população em situação de rua, em São Paulo, informa que havia 24.344 pessoas em situação de rua, dos quais 11.693 acolhidos e 12.651 na rua. Há uma rede de acolhimento com cerca de 14 mil vagas ofertadas*.

A arquidiocese de São Paulo, que tem o Padre Júlio Lancellotti como coordenador da pastoral do povo de rua, também faz um trabalho de acolhimento, envolvendo-se também com a questão da pandemia neste grupo social.

Se por um lado há uma visão social do problema, volta e meia nos deparamos com soluções higienistas, tais como construir paredes inclinadas debaixo de viadutos, visando inviabilizar o uso do local como moradia, ou a solução recente da prefeitura de São Paulo de instalar blocos de pedras na parte inferior de viadutos na zona leste da capital.

Talvez essa solução passasse desapercebida do grande público se não fosse a reação do padre Júlio Lancellotti, que com suas próprias mãos quebrou algumas dessas pedras e provocou um recuo por parte da prefeitura. (Ver vídeo no Twitter).


Num tempo das racionalidades e pragmatismos, ações de resistência como a do padre Lancellotti nos ajudam a lembrar que a falta de humanidade em nossas ações nos aproximam da monstruosidade.


S.T.Azevedo


Referências

Os dados do censo 2019 estão disponíveis na página da prefeitura de São Paulo

Imagem: Reprodução / Redes sociais

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