top of page
S.T.Azevedo

O Carnaval vai ferver


O carnaval vai ferver? "Bora nos precaver".


O sol está forte?

Use um boné, mas recomendo uma sombrinha de frevo.

Tome muita água, mas não se esqueça das cervejas!


Está passando frio em Lisboa?

Coloque um bom agasalho, tome muita água, mas não se esqueça do bom e velho vinho!


Está passando frio em Vancouver?

Coloque dois bons agasalhos, reforce o cobertor, tome muita água e não se esqueça de um bom destilado. Com -17 graus de temperatura, acho que você vai passar o carnaval em frente à TV.


Está preso no trânsito?

Esfrie a cabeça (com água fria!). E da próxima vez programe-se para sair com maior antecedência!


Faltam músicas novas?

Cante as antigas!

Lembro-me de carnavais no Recife Antigo. Adão da burra puxando o seu bloco do eu sozinho, talvez inspirado naquele outro do Rio de Janeiro de 1919*.

Equipado com um trombone, fantasiado com uma burrinha, curtindo seu carnaval com irreverência. E levando o pessoal ao delírio puxando os primeiros acordes de “Vassourinhas”, inédita em 1909.


Outro tema recorrente é “Bandeira Branca”. 


Bandeira branca, amor

Não posso mais

Pela saudade

Que me invade

Eu peço paz.


Quem quiser que o siga!

E o grupo cresce à medida que a hora avança.


Não gosta de carnaval?

Vá ao cinema, faça um retiro espiritual, invente, mas não atrapalhe os foliões!


Está com a vida encrencada?

Dê a si mesmo ou a si mesma uma trégua e aproveite a festa.


Está com medo do vírus?

Que o vírus não seja uma atração indesejada do carnaval. Mas se tiver de ser, quem sabe não teremos o maior carnaval de máscaras dos últimos tempos? A criatividade do folião é quase ilimitada.


Ruy Castro nos conta que em 1919 aconteceu um dos maiores carnavais do Rio de Janeiro. O mundo deixava para trás a primeira guerra mundial e a gripe espanhola. Quem estava vivo celebrou como nunca. Era uma época de modernidade, mas sem todo o conhecimento que temos hoje sobre prevenção e transmissão de doenças.


Talvez tenhamos aprendido algumas coisas nestes últimos 100 anos. O brasileiro saberá agregar ao seu temperamento e calor humano os cuidados básicos da prevenção (será?). Portanto, que este não seja encarado como o último, mas sim como o primeiro carnaval do resto das nossas vidas.


* O folião Júlio Silva, em 1919, saiu no Rio de Janeiro com seu “Bloco do Eu Sozinho”, uma tradição sustentada durante 53 carnavais.


S.T.Azevedo

31 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Sinal fechado

Commentaires

Noté 0 étoile sur 5.
Pas encore de note

Ajouter une note
bottom of page