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S.T.Azevedo

Novidades


Vivemos ligados às novidades. Muitos de nós não saem de casa antes de ver as notícias da manhã. Quando chegam em casa após um longo dia de trabalho, não vão se deitar antes de ver as notícias da noite.


Sobre o que se fala? Talvez possamos resumir em política, tecnologia e relacionamentos sociais. Ninguém quer perder o lance mais recente.


Se compararmos essa forma de ser com os ensinamentos das religiões, observaremos diferenças significativas. Ao invés de valorizar os noticiários e as novidades, na prática religiosa leem-se lições de livros sagrados, lições essas repetidas incessantemente. Sabedoria de quem reconhece que nossa memória é fraca e que nossa força de vontade precisa de ajuda constante.


Em “Religião para ateus”, Alain de Botton reflete sobre essas diferenças. Ele observa que para as religiões é rara a necessidade de modificar percepções por meio das notícias.


As verdades podem ser escritas em pedra.


Mesmo que não se concorde com mensagens específicas das religiões, é possível admitir que nosso envolvimento com a novidade cobra seu preço. Quando a televisão é silenciada à noite, após uma reportagem sobre uma inovação ou um debate sobre imigração, vem aquela sensação estranha. Talvez seja o inconsciente questionando se não perdemos uma oportunidade de nos lembrar de verdades mais silenciosas, aquelas que conhecemos na teoria e esquecemos de pôr em prática.


S.T.Azevedo


Referências: A. Botton - Religião para ateus

Foto de fauxels no Pexels

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