Laives

Estou com o Ariano. Prefiro falar em português, portanto aqui vai uma pequena crônica sobre laives.

As crianças aqui em casa têm temperamentos bem distintos. O menino é mais agitado e conversador. A menina já é mais tranquila e fala menos. Quer dizer...

Com todo esse isolamento social, estamos nos virando para dar às crianças oportunidades de convívio social. Para quem ficou preso dentro de um apartamento por toda a quarentena - que já passou da centena - observou os filhos recorrerem aos jogos eletrônicos, à televisão e ao onipresente Youtube (desculpe, Ariano, mas ficou difícil intervir aqui).

A minha filha logo se organizou com as melhores amigas para se verem pelos aplicativos. Elas aproveitam o encontro das aulas virtuais para continuarem em contato. Tem dia em que passam horas conversando não sei o quê. Meninas...

O meu filho se mostrou reticente em relação a esses encontros com os colegas. Percebendo que isso acontecia com outros meninos, eu e um amigo organizamos a primeira laive da molecada da escola.

Acompanhei o início do encontro. A meninada foi entrando na reunião virtual. Cada um dizia oi ou bom dia e depois ficava quieto. Os comentários eram pontuais. A conversa não fluía. Notei que eles ficavam olhando para o outro, meio desconfiados. Então alguém deu a partida: Vamos jogar?

A animação foi geral. Decidiram qual seria o jogo e cada um se virou para acessar. A conversa que se seguiu foi unicamente para tratar de alguma situação do jogo, até que chegou o momento em que todos resolveram sair da reunião. Passaram a jogar entre eles sem o contato visual ou falado. Meninos...

S.T.Azevedo