A conversa se deu virtualmente e foi poucos dias depois de termos assistido ao filme "A menina que roubava livros", adaptado da obra de Markus Zusak e dirigido por Brian Percival. O clima da segunda guerra mundial estava bem presente na mente das crianças.
Para quem não viu o filme, recomendo.
Elas quiseram saber se o avô, que está com 91 anos, tinha participado da guerra ou chegou a conhecer alguém que para ela tinha ido.
O vovô disse que na época ele estava estudando num seminário em Congonhas do Campo e de lá não podia sair nem para visitar a família. O seu pai o visitava uma vez por ano.
- Crianças, o vovô quase virou padre. Se tivesse virado, não haveria papai, pepeu nem juju. Minha nossa!
O vovô não participou da guerra, mas soube de pessoas que foram para a Itália.
Ele se lembrou da batalha de Monte Castelo, ocorrida em 1945. Sob o comando do Marechal Mascarenhas de Morais as tropas brasileiras, junto com tropas norte-americanas, enfrentaram sua mais violenta batalha. À custa de muitas vidas o marechal obteve a vitória.
Mas foi a vovó quem surpreendeu na conversa, informando que seu pai tinha lutado, não na II guerra mundial, mas na revolução de 1930. Ela disse: - Meu pai contou que participou da revolução e mais de uma vez teve que rastejar na lama e no meio do mato. Não chegou a dar um tiro, entretanto.
As crianças ouviram fascinadas as histórias contadas pelos avós. Numa fase em que só se dispõem a dar um rápido alô e não querem ficar ao telefone ou numa chamada com vídeo, nem viram o tempo passar.
S.T.Azevedo
Este filme é muito bom, quando o assistimos a Ana Clara devia ter uns 6 a 7 anos e gostou de mais, sempre pedia para repeti-lo.