Uma das minhas lembranças de infância são as chupetas do Seu Fidélis. Morador de uma cidade no interior do estado do Rio de Janeiro, próximo à capital do polígono das secas, vivia numa casa humilde, mas que acomodava uma família numerosa, cheia de filhos e netos que apareciam nas férias. Não sei como cabia todo mundo lá. O fato é que ainda havia espaço para a fabricação das chupetas de diversas cores e sabores, que na fase final de produção eram mergulhadas em açúcar. Além de gostosas elas ficavam muito bonitas.
Durante o ano a produção era destinada à venda no comércio, para ajudar nas despesas, mas quando chegavam os netos o negócio ficava seriamente comprometido.
Seu Fidélis não está mais conosco e as fôrmas de chupeta estão empoeiradas, esquecidas em algum canto. Não importa. Junto com as boas histórias que ele contava ficou na memória o sabor daquelas delícias da infância.
S.T.Azevedo
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