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S.T.Azevedo

Desafio de xadrez




O desafio feito por minha filha, de 11 anos de idade, chegou de repente.


- Pai, vamos jogar xadrez?


Já tínhamos jantado e ainda havia tempo antes das crianças irem para a cama.


- Vamos sim. Ainda dá tempo para uma partida.


Organizamos as peças no tabuleiro.


- Pai, presta atenção! O rei branco fica na casa preta e o rei preto fica na casa branca!

- Eu sei, filha. Eu só quis verificar se você estava prestando atenção...


Não sou um grande jogador de xadrez, mas também não sou de passar vergonha. Já tive, quando era mais jovem, um jogo de xadrez eletrônico. Quando eu dava pouco tempo para o computador responder, saía um jogo equilibrado.


A partida começou com movimentos de peões, cavalos e bispos. Fomos ocupando o terreno rumo ao ataque, mas sem descuidar da defesa. Passados os primeiros movimentos, nenhuma peça tinha ficado desprotegida e nenhuma troca tinha acontecido. Os exércitos estavam posicionados.

Era hora do combate.

Peões começaram a lutar e a cair. Cavalos passaram a invadir o território inimigo. O jogo ganhou em intensidade, mas percebi que minha filha mantinha seu exército sob controle.


Ainda lhe falta um pouco de ousadia para tomar as rédeas da partida e partir para o ataque, mas seu jogo consistente não dava muito espaço para um encerramento rápido.


A hora de dormir se aproximava.

Resolvi acelerar os acontecimentos, forçando a troca de mais peças e atacando com mais contundência.


Descuidei-me na defesa e levei um contragolpe que quase me aniquilou. Meu rei passou a ficar em xeque seguidamente, embora não fosse possível para ela, na configuração em que estavam distribuídas as peças, acabar com a partida.


Poderíamos ter declarado empate. Entretanto, resolvemos continuar. Ela mudou sua jogada, dando-me a oportunidade de sair da sequência incômoda. Foi a minha vez de passar a atacar seu rei.


Quis o destino que a minha sequência de ataques resultasse no xeque-mate.

Minha filha ficou um pouco decepcionada com o resultado final. Aproveitei para conversar com ela, dizendo que as vitórias que têm sabor são aquelas que conquistamos com nossos méritos. Mostrei-lhe que aquela tinha sido a disputa mais difícil entre nós, e que, se ela continuar evoluindo, logo estará vencendo com autoridade.


Marcamos outros combates para o futuro próximo. Esta, de toda forma, foi uma grande partida.


S.T.Azevedo


Créditos: Foto de Pixabay no Pexels






Minha filha ficou um pouco decepcionada com o resultado final. Aproveitei para conversar com ela, dizendo que as vitórias que têm sabor são aquelas que conquistamos com nossos méritos. Mostrei-lhe que aquela tinha sido a disputa mais difícil entre nós, e que, se ela continuar evoluindo, logo estará vencendo com autoridade.

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