Crônica curta para um grande filme
- S. Terra de Azevedo

- 10 de out.
- 2 min de leitura

Na sala de cinema, grande parte da plateia acompanha absorta a narrativa projetada em tela. Mas o filme não é para todo mundo. Não oferece estímulos intensos, pouco faz para acelerar o ritmo cardíaco nem se caracteriza pela ação dinâmica e repleta de momentos de tensão e estresse.
Paris, Texas.
Filme intimista, oferece à audiência relações humanas profundas, abrindo espaço para o exercício da empatia. O pano de fundo é composto por paisagens desérticas cortadas por vias expressas, mas também pela vida na metrópole.
É curiosa a cena da travessia, a pé, num viaduto sobre a via expressa, onde o protagonista encontra o sujeito solitário que fala suas verdades ao vento. Neste momento, a plateia se une ao caminhante. Finalmente as palavras ao vento podem alcançar alguns ouvidos.
São 184 minutos de imagens, silêncios e diálogos intimistas, acompanhados dos lamentos da guitarra de Ry Cooder.
Se a experiência não estimula a adrenalina, faz pensar, faz refletir, possibilita o transporte para uma dimensão diferente da habitual. Não oferece respostas, não indica finais. Não justifica, não julga. Apresenta. E isso pode fazer alguma diferença.
S.T.Azevedo
Créditos
Imagem recortada da capa do CD da trilha sonora original do filme.
Os dados a seguir foram obtidos da página do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco.
Paris, Texas
(EUA, Alemanha, França, 1984) Ficção.
De Wim Wenders.
Com Harry Dean Stanton, Nastassja Kinski, Dean Stockwell.
Travis Henderson retorna à vida em sociedade após quatro anos à deriva e tenta se reconectar com sua família, sua vida e ele mesmo.
Vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1984.
*Restauração em 4k.
184 min | DCP | O2 Play
Classificação indicativa: 12 anos




Gostei!
Vou procurar o filme e assistir. :-)