Corpo que sente, Mente que caminha
- S. Terra de Azevedo

- 8 de nov.
- 2 min de leitura

Alcancei a marca dos 3 km em 29 minutos, mas mantive o ritmo. Aos 30, quando o comando "Reduza!" surgiu, eu estava preparado para reduzir o ritmo e encerrar essa parte do treino.
Se a esteira passou a ser um local de inspiração, desta vez não imaginei um percurso específico. Em vez disso, vieram pensamentos sobre Atlas*, que, segundo notícias recentes, parece não ter se interessado pela vida terrestre, assim como Rama*. Ainda assim, nós, humanos — ou ao menos algumas pessoas da ciência —, buscamos informações que nos ajudem a compreender um pouco melhor o universo.
O corpo como consciência
Em dado momento eu tomei consciência de um desconforto nos ombros. Passei a prestar atenção ao meu corpo e percebi que o abdômen estava relaxado durante o exercício. Ativei-o e mudei ligeiramente a postura. O desconforto, aos poucos, desapareceu.
A atenção, temporiamente concentrada nos aspectos físicos, começou então a se libertar.
Um reencontro
Lembrei-me de um encontro recente com um amigo dos velhos tempos - daqueles reencontros inesperados.
O contato, como sempre, muito bom. Estávamos num evento formal, mas conseguimos um tempo para uma breve conversa.
Começamos com os temas de sempre:
"Como vai você?"
"E a família?"
"E o futebol?"
Quebrado o gelo, guardados os celulares, seguimos conversando. Percebemos o quanto nossas trajetórias haviam tomado rumos diferentes — um saindo de um grande centro para um menor, outro fazendo o caminho inverso.
Movimentos contrários e voluntários, a partir da perspectiva de cada um, e que nos ofereceu, por um tempo, caminharmos juntos.
Há um caminho certo?
Há um sentido correto a seguir? Penso que essa decisão depende da visão particular de cada pessoa — e é difícil separá-la da própria história de vida.
Mesmo distintos, os caminhos possibilitam o encontro, olho no olho, e a troca de experiências.
Foram dez minutos de conversa, talvez quinze. Não mais que isso.
Mas a conexão saiu fortalecida.
Parar ou transformar?
Se pudéssemos parar o que fazemos, pararíamos?
A pergunta surgiu assim, simples.
Mas, ao refletir sobre ela, pensei: talvez fosse melhor reformulá-la.
Se pudéssemos transformar o que fazemos, transformaríamos?
Não nos propusemos a responder.
Ao invés disso, deixamos a conversa fluir — sobre escolhas, percursos, planejamentos (ou a ausência deles). Logo já falávamos sobre novos compromissos e planos.
De alguma forma, sobre transformação.
Era um sábado. Se falamos de compromissos, os de ordem familiar estavam presentes. Tivemos de dar conta deles.
O que virá a seguir, não sabemos. Mas, por um instante, por um momento, estivemos juntos.
E con-vivemos.
S. Terra de Azevedo
Nota
Para quem tiver interesse em notícias sobre 3I/Atlas, uma sugestão é esta página em The Conversation.
Leitura sugerida
Encontro com Rama, de Arthur C. Clarke.




Lembrei do nosso último encontro, e já faz tempo, acho que já está na hora de marcar um café! rsrs
Parabéns Sérgio ! pela crônica, confesso que me emocionei quando li a parte que você pergunta se há um caminho certo? Realmente é muito difícil separar nossos passos futuro dá nossa história de vida .
Excelente, e oportuno para mim. Li pela manhã. Não sou de exercícios físicos, mas consciente da importância. Logo no início da leitura vem a referência ao caminhar, ao tempo, à inspiração. E depois fluiu para o sentido dos 'encontros'. ....ao termimar coloquei o tênis e fui exercitar a mente e sentir o corpo.
No fim das contas, tudo gira em torno de movimento. Corpo, mente, é a vida!
Muito bom! O universo humano, repleto de descobertas, de encontros e desencontros, nos leva continuamente em busca de nossa origem. E aguça nossa curiosidade sobre o nosso futuro... Parabéns pela abordagem!