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S.T.Azevedo

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Atualizado: 18 de abr. de 2020


Atualizado em 18/04/2020, 10:30h.


Do  livro de Ruy Castro - Metrópole à beira-mar – retiro duas histórias de luta das mulheres.

As brasileiras começaram a conquistar o direito ao voto em 1927, no Rio Grande do Norte, quando o governador Juvenal Lamartine conseguiu a aprovação do voto feminino em seu estado. A cidade de Lajes elegeu a primeira prefeita no Brasil, Alzira Soriano.

Somente em 1932, com Getúlio Vargas no poder, o voto feminino foi aprovado para mulheres com mais de 21 anos, passando para 18 anos com a Constituição de 1934.

Nesta época havia no Brasil a luta pelo divórcio. O que se tinha era o desquite.

Em geral a mulher desquitada tinha as seguintes opções na vida:

  • Voltar para a casa dos pais, sob olhares de censura;

  • A união com um novo homem, mas sabendo que viveria com o estigma de "não ser casada";

  • A prostituição, pelo preconceito do mercado de trabalho e a falta de opções;

  • O convento.

Mas sempre houve exceções.

E o divórcio foi conquistado... em 1977, primeiro através de uma emenda constitucional de autoria dos senadores Nelson Carneiro e Acciolly Filho, que possibilitou que o casamento deixasse de ser indissolúvel, e a seguir pela aprovação de uma lei que regulamentou a questão. Era tempo em que havia um clamor popular contra um estado de coisas que permitia ao homem matar a mulher em defesa de sua honra. É dessa época o caso Doca Street, que matou sua namorada, a socialite Ângela Diniz, chocando a sociedade carioca. Doca Street acabou sendo condenado.

Eu iniciava minha adolescência e já percebia o melindre que havia sobre esse tema. O divórcio restituiu a dignidade a muitas mulheres.

Estamos em 2020 e ouvimos, neste período de confinamento, o aumento dos casos de violência doméstica contra as mulheres. O Brasil é o quinto país do mundo na triste estatística de número de feminicídios. É uma luta que parece não ter fim.


S.T.Azevedo

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