Quem passa pelo Cais José Estelita já deve ter observado que as obras do projeto Novo Recife estão avançando. Chamou-me a atenção a iniciativa da empreiteira de preparar a calçada, criar e regar um gramado que está se consolidando em frente à obra. Está ficando bacana.
Mas você sabia que a ideia de criar um gramado na entrada de residências privadas e edificações públicas nasceu nos castelos de aristocratas franceses e ingleses no final da Idade Média? No início da era moderna, esse costume enraizou-se e tornou-se uma marca registrada da nobreza (ver Homo Deus, de Yuval Noah Harari).
Gramados bem cuidados exigem terra e trabalho, principalmente antes de haver cortadores de grama e irrigadores de água automáticos. E, em troca, não produzem nada de valor material. O gramado é, portanto, um sinal inconfundível de status.
Entretanto essa iniciativa não é original. Ela é resultado de uma carga cultural legada por duques europeus e magnatas capitalistas.
Ainda segundo o autor, o motivo para estudar história não é para predizer o futuro, mas sim para se livrar do passado e imaginar destinos alternativos. E quem sabe ter alguma liberdade?
S.T.Azevedo
Créditos: Foto de Achim Bongard no Pexels
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